O trio Love Child surgiu em Nova Iorque no final dos anos 80 e durante sua curta vida soube como poucos encapsular a sonoridade de parte do rock alternativo estadunidense pré-grunge, de Hüsker Dü a Beat Happening passando por Mission of Burma, Minutemen e (principalmente) Sonic Youth.
Formado inicialmente por Will Baum, Rebecca Odes e Alan Licht, lançaram apenas dois álbuns, Okay? (1991) e este Witchcraft (1992) que roda por aqui agora. Entre os discos, a saída de Will e uma guinada na música do grupo.
Enquanto Okay? é ligeiro, carregado de influência do punk rock (suas 16 faixas pouco passam dos 2 minutos de duração) e de um humor adolescente – cortesia de Baum – o segundo e último trabalho da banda é mais lento, denso e voltado a longas viagens barulhentas, bebendo diretamente – como dito no primeiro parágrafo – na fonte Sonic Youth; os momentos mais punk (como “Permission” e “Polly for a day”) são exceções, não a regra. O contraponto, em ambos os álbuns, é a voz docinha de Rebecca (risos).
De qualquer forma, eu poderia escrever sobre qualquer um dos discos, afinal os dois são pequenos clássicos perdidos amados por aqui e injustamente pouco conhecidos por aí, mas hoje em algum momento do dia me deixei levar pelo emaranhado de guitarras deliciosamente caótico de “Stumbling block” e assim cá estamos.
Descubra. Ou redescubra. Mas ouça no talo!
Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos