L-Seven – L-Seven (1982) + Unreleased and Live (2020)
Muito antes, ou ao menos uma década antes da explosão grunge revelar ao mundo as meninas selvagens do L7, vindas de Los Angeles, houve em Detroit uma banda ‘quase’ homônima que mesmo nunca tendo chegado aos ouvidos do grande público – engolida pela avalanche pós-punk – tem seu nome sempre lembrado nas rodas de conversas reais ou virtuais sobre a influente cena musical do começo dos anos oitenta.
O L-Seven surgiu exatamente em 1980 e só durou até 1983, formado por músicos que já vinham de bandas de Michigan (como Algebra Mothers e The Blind), e que graças à vocalista Larissa Stolarchuk é invariavelmente associado ao seminal Laughing Hyenas, banda que ela formou em 85 – já chamada Larissa Strickland – ao lado de John Branonn. Mas aí é uma outra história.
Em sua curta vida, o L-Seven só lançou oficialmente um disquinho homônimo de 3 faixas, via Touch & Go, um ano antes de se separarem. O caldeirão de influências de seus membros produz a mistura que é sua música: pós-punk torto, experimental, com um sax à James Chance atropelando riffs angulares e barulhos de guitarra enquanto a cozinha vai do punk/pós-punk ‘quadradinho’ à flertes com blues e jazz.
Se isso não fica tão claro em “Flowers of romance” e nas outras duas faixas do citado único EP do grupo, no recém lançado L-Seven/Unreleased studio and live, posto no mercado via Third Man Records (selo de Jack White) – com uma força de Steve Shelley, nativo de Michigan e fã da banda – essas curvas na estrada pós-punk são bem acentuadas e perceptíveis.
Enfim, é melhor escutar e sacar porque, como dito no primeiro parágrafo, o L-Seven sempre vem à tona quando se fala sobre o poço sem fundo que é o submundo musical da década perdida.
Boa viagem!
Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos