K.U.K.L. – The Eye (1984)

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Já falei rapidamente aqui sobre como a jovem Bjork se embrenhou na cena musical alternativa islandesa e assim começou a pavimentar sua longa estrada em direção às diversas alucinações que segue tirando da cartola.

O lance é que muita gente fala da Bjorkinha adolescente mas quase ninguém – que eu saiba, o que não significa quase nada – comenta sobre a mulher-esquimó no início da vida adulta, pós Tappi Tíkarrass e pré Sugarcubes. Pra preencher esta lacuna imaginária hoje chega ao PCP o primeiro disco de um de seus grupos desta fase, The eye, do K.U.K.L.

A banda surgiu da cabeça do boss da Gramm Records, Ásmundur Jónsson, que em 1983 teve a ideia de formar um supergrupo em Reykjavík, juntando uma porção de músicos locais para tocar no encerramento de um programa de rádio chamado Áfangar. Após performar no tal evento, o recém-nascido K.U.K.L. decidiu permanecer junto e já no ano seguinte lançou seu debute pela Crass Records, da banda punk-qualquer-coisa Crass.

O único ponto em comum entre o que Bjork fez antes ou depois de The eye (nome aliás tirado do livro “Story of The Eye”), com exceção à brisada “Moonbath”, é sua voz característica, marca d’água em qualquer lugar musical por onde ela caminhe, e é justamente este ‘detalhe’ que o diferencia do grosso pós-punk da época. Não, não é um disco ruim, pelo contrário; é sombrio e tribal – ás vezes, como em “Seagull”, tribal demais pro meu gosto hahaha – com a cozinha pulsante e bem marcada e cortado por guitarras cheias de efeitos, lembrando algo como um misto de Cure e Banshees, sem Bob Smith ou Siouxsie MAS com a nossa querida esquimó.

O álbum levou o K.U.K.L. além da Islândia, rendendo uma turnê e um cassete gravado durante uma gig do grupo no L’Eldorado, chamado Kukl à Paris 14.9.84 e lançado em 1985 pelo selo indie francês V.I.S.A. Neste mesmo show apresentaram algumas canções inéditas que entrariam em Holidays in Europe, seu segundo e último disco, composto meio que como um trabalho conceitual.

Mas sobre ele, suas viagens e o final da banda a gente fala num outro dia. Por hoje deixamos vocês a descobrir (ou redescobrir) por onde andava a jovem Bjork ali por volta dos seus 20 aninhos.

Boa viagem!

 

Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos

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