Me lembro vagamente das primeiras audições de Plastic soda, segundo disco do saudoso Flávio Basso, antes Júpiter Maçã e aqui Jupiter Apple, muito provavelmente por estar tão chapado à época quanto ele.
Mas por outro lado tenho grandes recordações de um dos shows que vi dele, num bar em SP chamado Borracharia. Era começo dos anos 2000, e ele rodava apresentando ao mundo sua nova cria, cria essa completamente – ou quase – diferente de A sétima efervescência, lançado dois anos antes, em 97.
Em comum entre os dois álbuns e as apresentações de Jupiter, a pegada lisérgica. Mas aquele frenesi de canções como “Walter Victor” dava lugar a um clima mais intimista, cheio de bossa nova; Flávio ainda empunhava seu baixo, mas agora cantava em inglês e seu caleidoscópio musical girava lentamente enquanto ele falava sobre as neoclássicas e dramáticas pontes do Redemption Park. Pra desvendar o porque da mudança radical entre os dois discos, talvez uma conversa com algum dos envolvidos em sua criação resolva. Mas isso não vem ao caso, ao menos não agora.
Como dito no início desse pequeno texto, me faltam memórias sobre o final dos anos 90/começo dos 00. Mas com o passar do tempo, Plastic soda se tornou um fiel companheiro nas mais variadas e loucas circunstâncias e situações, me acompanhando ainda hoje, mesmo sem os excessos de duas décadas atrás.
Boa viagem a todos. E boa viagem onde estiver, Jupiter.
Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos