Heavenly – Le Jardin De Heavenly (1992)
O Talulah Gosh é uma instituição do rock independente oitentista, referência e influência pra um sem número de artistas, uma das peças-chave da Sarah Records, um dos grande nomes da C-86, do twee pop e etc. Isso tudo é – ou deveria ser – sabido por todos que se ligam em música ‘alternativa’ (não é julgamento, é lição de casa).
Mas talvez nem todos saibam que o fim do TG significou o nascimento de outra banda que também morreria para dar origem à outra banda, que também morreria para dar origem à outra banda (ufa!). Em ordem, os outros três grupos são Heavenly, Marine Research e Tender Trap, e é o segundo disco dos primeiros citados que roda agora em nossa vitrola virtual.
Le jardin de Heavenly saiu há 30 anos pela mesma Sarah dos tempos de Talulah no Reino Unido e nos EUA pela imensurável K. Records do herói indie Calvin Johnson – que inclusive dá as caras, ou melhor, solta o vozeirão grave em “C is the Heavenly option” – provavelmente atento ao grupo por seu flerte com o movimento riot grrrl no EP Atta girl, de 1993.
Ok, é meio impossível adentrar no jardim do Heavenly sem lembrar de quem o originou, mas também é difícil passear por ele sem pensar em Belle and Secastian, Frankie Cosmos, Soccer Mommy, Snail Mail ou (numa escala diferente) em contemporâneos como Belly e Sundays.
Indie rock ‘fofinho com ironias’ guiado pela voz de Amelia Fletcher; mais doce, musicalmente mais pop, coeso e menos frenético do que (num panorama geral) era o TG. É quase como um amadurecimento – embora eu tenha certa aversão por esta palavra – da mesma banda, com um nome diferente numa década e com experiências diferentes, pronta pra seguir como referência para quem viria depois. E ao menos esta última parte do texto é certeira.
Dois anos depois o Heavenly voltaria mais barulhento para seu último registro antes de originar o Marine Research, mais isso (e uma longa viagem no tempo, para 1985 e os primórdios do Talulah Gosh) fica para os próximo capítulos dessa história. Por hoje celebremos as 3 décadas e nos encantemos com a beleza de Le jardin de Heavenly.
Essencial!
Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos