Gal Costa – Gal Costa (1969)

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Gal Costa – Gal Costa (1969)

 

Gal nos deixou, a gigantesca Gal, a ‘João Gilberto de saias’, a Gracinha, a mulher que cantava como queria, doce e suave ou explosiva e elétrica, a Gal que se fixou no meu imaginário com “Festa do interior”, “Onde está o dinheiro”, “Chuva de prata” e outros tantos sucessos mas que foi se colar definitivamente a meu DNA muitos e muitos anos depois, em outras trips, com seus primeiros álbuns.

E hoje desde que soube de sua partida rumo a Aruanda um desses discos não me sai da cabeça, o debute de Gracinha, lançado no mesmo ano de 1969 em que ela mergulhou fundo na psicodelia e suas experimentações. Engraçado que tanto um quanto o outro foi companhia fiel, cada um num momento diferente da vida. Enfim, histórias de drogas e dores, quem não tem?

Gal Costa, o álbum, foi o começo oficial da relação séria entre Gal e eu e entre ela e a música preta – o funk, a soul e seus os grooves – a pegada lisérgica de gente como Temptations, as guitarras estridentes; era o começo do fim da inocência e a separação entre a Gal coadjuvante de Domingo e (mesmo de) Tropicália… e o que ela viria a ser, “A GAL” que em pouco tempo estaria gemendo e berrando sobre pulsares e quasares e alguns anos depois escandalizaria o brazzziu cristão de bem com sua tanga e seus peitos na capa e contra-capa de Índia.

Aliás, falando em brazzziu cristão e de bem, desde 2018 “Divino maravilhoso” tem sido trilha sonora constante e agora, justamente agora que estamos conseguindo respirar novamente, Gal nos deixou…neste instante começa a tocar aqui “Lost in paradise”, as lágrimas escorrem enquanto paro de escrever e ela canta ‘South America is my name, world is my name, my size…’.

Obrigado, Gal! Você é do tamanho do universo. Até logo ❤️

 

Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos

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