O Eleventh Dream Day é uma força da natureza no universo do rock alternativo e, por deus ou similares, com tantos anos de história e tanta estrada percorrida deveria ser reconhecido como tal.

Formado ainda na primeira metade dos 80’s em Chicago por Mike Rizzo, Janet Bean, Baird Figi e Douglas McCombs (que anos mais tarde se juntaria a John McEntire para dar origem ao Tortoise), o grupo – cria direta do grande Neil Young – já lançou muitos (mesmo!) discos poderosos movidos a guitarras altas, e hoje a gente põe na roda o primeiro deles, Prairie school freakout, de 1988.

Impossível escutar qualquer das faixas deste álbum, seja “Tarantula” ou “Death of Albert C. Sampson”, e não perceber a enorme influência do jovem Neil (risos) na música do EDD, tanto na potência dos riffs e da banda como um todo quanto nos vocais de Rizzo (que aprendeu a tocar com o songbook Zuma, de Young); também impossível não pensar, enquanto se ouve “Coercion” ou “Watching the candles burn”, no termo ‘guitar bands’, tão popular nos guetos roqueiros à partir dos anos 90. Eles são a própria banda de guitarras.

Prairie school freakout foi gravado numa tacada só em apenas seis horas, por isso tem de cabo a rabo o punch de disco ao vivo, e a versão que a gente põe na roda é acompanhada pelo EP Wayne, que saiu um ano depois (ambos via Amoeba Records). Na sequência a major Atlantic levaria o grupo pro seu cast e por lá eles lançariam mais três grandes álbuns sem alterar em nada sua essência, que permaneceu igualmente intacta nos quase 20 anos em que trabalharam com a Thrill Jockey. E hoje, praticamente quatro décadas após suas primeiras road trips por Chicago, o Eleventh Dream Day permanece fiel à história que ajudou a construir.

Ouça alto!