Eels – Eels Time! (2024)

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Há tempos venho pensando em escrever algo sobre Mark Oliver Everett, vulgo E, e seu Eels. Mas meus pensamentos invariavelmente são engolidos por outros pensamentos que por sua vez são engolidos pela vida cotidiana, e assim desaparecem no éter até que retornem ao meu cérebro para, com uma frequência maior do que gostaria, serem novamente engolidos. Ad infinitum.

Mas hoje enquanto cumpria uma das tantas tarefas da tal vida cotidiana me lembrei que mês passado escutei por duas ou três vezes o último disco de E, lançado em junho último, e o coloquei novamente pra tocar enquanto escrevo estas poucas palavras. Senhoras e senhores, com vocês Eels time!.

Antes de mais nada e sem nenhuma razão para tal, adianto que meus álbuns preferidos da looonga discografia do Eels são – na maioria dos dias – os dois primeiros, Beaultiful freak (1995) e Electro-Shock blues (1998), mas optei por girar Eels time! por aqui porque acho incrível que um sujeito se mantenha tão fiel ao que é e faz por tanto tempo.

Longe de modismos passageiros, E mantém sua música simples e confessional, alternando entre baladas-quase-folk melancólicas e roquinhos-animados-porém-cínicos/sarcásticos. No caso deste álbum mais baladas que roquinhos, mas tudo ainda carregado de melancolia, cinismo e sarcasmo; o nível de desencanto do cara hoje é igual ou maior que à época de “Novocaine for the soul”, mesmo que recentemente ele tenha sobrevivido a uma cirurgia para corrigir um aneurisma da aorta. Deveria estar felizão celebrando com um disco animado? Talvez, mas não neste caso. Ainda bem (risos).

3 décadas depois o homem segue cantando com sua voz rouca e preguiçosa sobre como o mundo é, de forma geral, uma grande merda. Mesmo que ali no final, em “Let’s get lucky”, ele cante:

‘What a mess
I gotta guess
That it’s only getting worse
I plow ahead
The motor’s dead
Or it’s stuck in reverse
It’s a bummer
But it’s still summer
It would be a shame
To waste a day like this
Let’s be lucky
Scraping by
Had to try
Anything for a buck
Climb out of bed
And look ahead
Sometimes you gotta make your own luck
Stomp and cheer
Well, I’m still here
And you’re not gonna see me
Throw away a day like this
Let’s be lucky’.

Ou seja, pise na bosta e vá além!

Obrigado, E! Nossa identificação, como suas canções, segue a mesma nestes 30 anos.

 

 

No spotifuck

 

Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos

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