Devilish Dear – Army Of Nothing (2022)

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Devilish Dear – Army Of Nothing (2022)

 

Me lembro vagamente de ler algo sobre o Deviliish Dear escrito pelo Lariu há alguns anos, provavelmente à época do relançamento do primeiro disco deles, (o ótimo) These sunny days. O álbum havia saído em 2015, pouca gente escutou, até que em 2017 – quando foi relançado – merecidamente caiu nas graças do povo gazer mundo afora e pôs o trio carioca em evidência.

Dali em diante a banda seguiu trabalhando em novas canções (enquanto trabalhava ‘de verdade’ pra pagar os boletos, como todo músico independente brasileiro); lançaram também pela Midsummer Madness um single em 2019, daí veio 2020, a pandemia e toda a desgraceira mental, física, espiritual e etc que todos vivemos.

Corta para 2022: após este longo inverno pandêmico Braulio Almeida, Shelly Modesto e Rômulo Collopy chegam mais uma vez via mmrecords a um novo disco cheio, bola da vez aqui no PCP e provável listado entre os melhores do ano entre publicações especializadas em shoegaze/dream pop e afins, Army of nothing.

O álbum levou praticamente cinco anos pra ficar pronto (em partes, pelo que consta no site da Midsummer, devido ao perfeccionismo de Braulio), então temos aí duas semelhanças com o My Bloody Valentine de Kevin Escudos e seu monstruoso Loveless: o apego aos detalhes de seu principal criador e o tempo de gestação.

Ok, Army of nothing não é pro agora como foi o citado disco de 1991 do MBV para seu tempo (e além dele), mas os irlandeses e em especial seu segundo trabalho (ou terceiro, dependendo da análise) são sim uma das referências pra entender este lançamento do grupo do hell de janeiro. Cheio de loops e beats, samples, efeitos e com poucos vocais, o álbum dos queridos diabólicos se não revoluciona o gênero em que é rotulado, traz sim um frescor a ele, buscando incorporar às influências clássicas (além dos Valentines, Curve me vem bastante à cabeça) sua forma particular de criar arte em meio ao caos dos borrões distorcidos.

Dos preferidos da casa neste 2022 que vai chegando ao fim. Ouça no talo!

 

Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos

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