O músico Keigo Oyamada é parte de uma ‘cena cultural’ japonesa que ficou conhecida como Shibuya-Kei ou Sibuya style, nome tirado de uma região hipster de Tóquio (Shibuya) que nos anos 90 reunia ‘gente descolada’ em torno de lojas de música e (principalmente) de roupas e acessórios.
Sob a alcunha Cornelius, o sujeito que antes era metade do duo Flipper’s Guitar começou a gravar e lançar discos na metade daquela década, e em 1997 cravou um dos álbuns mais interessantes e estranhos daquela década cheia de discos interessantes e estranhos.
Fantasma saiu originalmente pelo selo de seu criador, Trattoria, mas quando a Matador pôs o biscoito nos EUA Cornelius – que já era bem conhecido no Japão – quebrou as barreiras geográficas da mesma forma que quebrou padrões musicais nas 13 faixas do disco, chegando inclusive no Brasil pela finada Trama a preço de banana.
De “Mic check” a “Fantasma” há de tudo um pouco aqui: de hip hop à barulheira shoegaze, de trilha sonora de desenho animado à música brasileira e eletrônica; não há no álbum limites para as loucuras de Cornelius. Essa falta de amarras e os ‘excessos’ experimentais muito provavelmente foram as razões que afastaram Oyamada do sucesso de seus contemporâneos/conterrâneos Pizzicato Five, mas são também – aí com certeza – fatores que fazem de Fantasma um dos álbuns mais interessantes e estranhos dos interessantes e estranhos anos noventa.
Staaar fruuuits surf riiider
Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos