Há 30 anos era lançado Blood music, canto do cisne do Chapterhouse, até hoje uma banda amada por 10 entre 10 indie véio (risos) mas definitivamente não por causa deste disco.
Pergunte a qualquer gazer e/ou afim e ele responderá que a relevância musical do grupo de Reading – sim, eles são da terra daquele festival – se resume a Whirpool ou aos singles que os caras lançaram antes dele. Mas quem liga pra relevância musical quando se vive a porra da música na carne?
Blood music tem shoegaze/dream pop em sua fórmula? Claro que sim, mas fundidos nas diversas viagens lisérgicas de Andrew Sherriff e cia., viagens essas que levam ao dub, à dance music, ao pop, à música oriental e por aí afora. E, obviamente, não tem “Pearl”. Isso tudo e fatores que vão do grunge ao britpop o empurraram para o limbo, lugar que provavelmente eu habitava, já que…
…foram incontáveis trips dançando e derretendo ao som de “Don’t look now” e “Everytime”, tendo espasmos com “Greater power” (até hoje uma das canções da minha vida e uma das mais foda já feitas no universo das guitarras), desmatando a floresta de neurônios com “Deli”, enfim, se aquele quintal da casa da Maya falasse contaria muitas histórias impublicáveis de manhãs ensolaradas e noites insanas tendo Blood music como trilha sonora hahaha.
Depois o disco ganhou uma versão ambient do duo Global Communication chamado Pentamerous metamorphosis (e o Chapterhouse se separou); há também o seu irmão gêmeo instrumental, mas nada disso me importa, não agora. Hoje, nesta noite de 25 de outubro de 2023, me bastam as memórias.
Ouça no talo e segura a trip!
Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos