A primeira vez que ouvi falar da novaiorquina Breanna Barbara foi lendo sobre o homem-lagarto Tricky, mais especificamente sobre seu disco False idols, no qual ela era vocal de apoio. A história poderia terminar aí, mas a terra plana gira, então…
No final do ano passado recebi um e-mail com as novidades da Fuzz Club (sempre ela), e lá estava o nome de Breanna e, para minha total surpresa, de seu novo disco então recém lançado pelo selo londrino. E assim, numa das voltas da terra plana, nos reencontramos. Ou nos encontramos, agora oficialmente.
Pus Nothin’ but time pra tocar, e já de cara chapei ao som de “Diamond light”; fui pesquisar rapidamente sobre a moça, descobri que ela tinha os pés fincados no terreno do blues, mas que com este novo trabalho expandiu seu horizonte e sua consciência em direção à psicodelia (mais) e ao garage (menos), e então começou a segunda faixa do álbum, “Landslide”, quando parei de ler. Não queria saber de mais nada.
Deixei o disco rolar e percebi que ela realmente mergulhou nas chapações lisérgicas, mas que também permanece fiel às raízes blueseiras, que brotam fortes do chão especialmente no final de Nothin’ but time, e isso não é, de forma alguma, uma crítica. A guria simplesmente condensou suas duas grandes referências e assim se mostra plena soltando sua voz ao mesmo tempo poderosa (“Me too”) e delicada (“Devil”). Se puder dar um recado, atenção à Breanna Barbara.
Ouça alto!
Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos