Parte da efervescente cena pós-punk/new wave/diy londrina da última década o Bas Jan surgiu ali por volta de 2015 como um veículo para as ideias da harpista (!) Serafina Steer , que com o passar dos anos foi engrossando o caldo de seu projeto até que ele se tornou um quarteto de garotas e assim, oficialmente, uma banda.
Mesmo incluídas no tal rolê citado na abertura deste pequeno texto, a música das gurias traz alguns elementos um tanto estranhos ao pós-punk ou à new wave ‘comuns’, já distinguíveis em “At the counter”, faixa que abre Back to the swamp, seu último trabalho lançado em novembro de 2023 pela grande Fire Records e bola da vez por aqui.
Nem é preciso escutar a música ou o álbum com tanta atenção pra perceber violino, cello e harmonias vocais em coro marcando presença ao lado da cozinha marcada de cadência oitentista, dos sintetizadores e do canto falado e voz blasé de Serafina (que me lembrou um bocado Laetitia Sadier e Trish Keenan).
Aliás há bastante influência de Stereolab no álbum e em toda a trajetória do Bas Jan, bem como de Lizzy Mercier Descloux e ESG, Brian Eno e disco/synth pop. Essa porção de boas referências e a forma como as moldam dá uma cara diferente às meninas em meio à profusão de outras bandas se não similares, postas sob o mesmo guarda-chuvas; por vezes mais dançantes (“No more swamp”), em outras mais experimentais (“Credit card”) e às vezes nos dois caminhos (“Ding dong”), mas nunca soando exatamente animadas. Talvez por isso me agradem tanto hahaha.
Descubra. E ouça no talo!
Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos