Seria fácil e chamativo colocar no título deste post algo como ‘eis a banda da filha de Kevin Haskins’ ou similar, mas não gosto de coisas fáceis e sou low profile, então foda-se o atual esquema de clickbait e vamos ao que interessa, a música.
O trio de garotas Automatic surgiu em 2017 na cidade dos anjos formado por Halle Saxon-Gaines (baixo), Izzy Glaudini (sintetizadores) e Lola Dompé (bateria e vocais), sendo esta última também parte da banda Blackblack que integrava junto à irmã mais velha Diva, ambas filhas do ex-batera do Bauhaus citado no parágrafo acima.
Pouco tempo após sua formação o grupo chamou a atenção pelas performances ao vivo, energéticas e teatrais e, em menor escala, por não usar guitarras. Em 2019, após um single independente, assinaram com a Stones Throw e por lá puseram no mercado seu segundo disquinho – que no lado B trazia uma versão para “Mind your own Business” do Delta 5, uma de suas grandes influências – e em setembro do mesmo ano seu debute, Signal.
Num resumo rasteiro a pegada do disco é new wave/pós-punk, algo entre Kleenex/LILIPUT e Le Tigre (menos nervosas) e Suicide (menos drogadas e experimentais) e letras que de uma forma geral remetem ao universo da ficção científica.
Em 2020 como todo resto da humanidade não-negacionista entraram em confinamento e as incontáveis reflexões geradas por este período nefasto refletem diretamente na temática de seu segundo álbum, Excess, lançado em 2022 e onde as gurias mantém a mesma verve musical com um maior acento sombrio.
Diferentemente de Diva, a caçula dos Haskins segue em atividade com sua banda, então é bem provável que cedo ou tarde cheguem com um novo trabalho. Se e quando este vier à tona ponho na roda por aqui, e qualquer dia desses também giro em nossa vitrola virtual o primeiro e único disco do Blackblack.
Por hora, basta dizer que genética sempre vence (risos). Fim da transmissão.
Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos