Amon Tobin – Bricolage (1997)

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Sabe aqueles dias em que você acorda com uma música martelando na cabeça e TEM que correr pra ouvir? Hoje aconteceu comigo. Em meio a uma leve nuvem de ressaca abri os olhos e automaticamente aquela batida quebrada e o baixo proeminente de “Stoney street” pulsaram em minha mente meio aerada.

A música em questão, pra quem não sabe, é a que abre Bricolage, o primeiro disco cheio da já longa e irretocável carreira do brasileiro de nascimento Amon Adonai Santos de Araújo Tobin, mais conhecido como o DJ e produtor inglês Amon Tobin. Ué, mas ele é brasileiro ou inglês?

Tobin nasceu no Rio, mas já aos dois anos caiu no mundo com a família, morando em Portugal, Marrocos, Holanda e os caralhos, até se estabelecer em Brighton por volta de 2002. Mas antes disso, enquanto rodava o globo, começou a produzir música em casa, usando samplers e outros bricabraques eletrônicos.

Vem dessa época o já citado Bricolage, e sua também já citada faixa de abertura serve bem como um panorama do que é o álbum e parte da história das produções de seu autor. Muita influência e samples de jazz, beats fraturados de jungle/drumba/breakbeats, referências à música oriental (e brasileira, claro), graves insólitos e uma atmosfera cinematográfica, de trilha sonora mesmo (mais tarde ele enveredaria por essa seara).

Em alguns momentos o disco é tão frito e frenético quanto produções de gente a la Squarepusher, por outros é incrivelmente chapado e relaxante, quase induzindo ao transe; é todo eletrônico, mas soa orgânico e cheio de alma – mesmo sem vocais. Enfim, enquanto o escutava hoje e ali pela metade rolou a predileta da casa “Defocus”, saquei que eu e meu cérebro, mesmo meio desfocado, vivemos em sintonia fina.

Brisa forte!

 

Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos

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