Apesar do que os algoritmos costumam mostrar, a música do leste europeu – em especial da Russia – não vive só de pós-punk/goth e afins. Basta deixar a preguiça de lado, sair um pouco das sugestões empurradas pelos aplicativos e procurar, há um mar de bons sons vindo de lá e hoje ponho na roda um dos preferidos desta safra quando o assunto é shoegaze, o Aerofall (ou AEROFALL, assim em caixa alta).
A banda da cidade de Rostov-on-Don foi formada em algum momento no início da década passada por Yana Komeshko e Vladimir Karpov e já como um quarteto em 2013 tocaram ao lado de A Place to Bury Strangers e Soviet Soviet; no ano seguinte veio o primeiro e homônimo disco, em 2017 lançaram Forms que ao lado do belo Radiogaze do Blankenberge – que em breve aporta por aqui – pôs novamente os gazers russos em evidência (novamente porque antes houve o Pinkshinyultrablast).
Pois bem, passados longos 5 anos desde então com direito a pandemia, guerras, mudança na formação e o escambau, no ano passado o Aerofall pôs no mundo seu filho mais novo, Rh, distribuído pelo selo nipônico Hands and Moments. O álbum de 08 faixas mantém duas características do grupo: não alongar demais seus trabalhos e tocar shoegaze com uma pegada mais acelerada; vocais e guitarras são derretidos, mas o andamento das canções está mais para o My Bloody Valentine de Isn’t anything que de Loveless, utilizando claro o parâmetro mais óbvio para comparação.
Vai mudar sua vida? Não! Mas se você assim como eu não se cansa de olhar pros sapatos, certamente vai te deixar com um sorriso largo estampado no rosto. Aperte o play, aumente o volume e ateste, tovarisch.
Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos