A Place To Bury Strangers – See Through You (2022)
No sexto álbum do A Place to Bury Strangers, See through you, há uma faixa chamada “My head is bleeding” que é a melhor definição do que acontece ao se escutar escuta o disco.
A banda nova-iorquina formada por Oliver Ackermann ali pela primeira metade dos anos 2000 segue se reciclando e aumentando o volume a cada trabalho, esticando as possibilidades de barulho e caos no universo que criaram, fundindo e expandindo sua mistura de shoegaze/noise e punk/pós-punk.
Os flertes com o industrial sombrio e dançante que se tornaram claros à partir de Transfixiation – de 2015 – seguem cada vez mais explícitos (vide “Dragged in a hole”, por exemplo), engrossando ainda mais a massa sonora criada pelo APTBS. Impossível escutar See through you e não pensar em palavras como ‘devastador’, ‘ensurdecedor’, ‘catártico’ e também não visualizar o próprio satanás pilotando um rolo compressor esmagando e incendiando o que estiver à sua frente.
As sutilezas, se é que podem ser chamadas assim, ficam para o final do álbum com a quase cristalina “I don’t know how you do it” e “Love reaches out”, que passaria facilmente por uma canção do New Order se o New Order ainda fizesse boas canções.
E assim os herdeiros diretos dos irmãos Reid seguem como a banda mais alta, violenta e instigante da atualidade, me fazendo inclusive quebrar o atual padrão do blogue e escrever sobre um lançamento.
Ouça no talo!
Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos